Contava, muitas vezes, a minha amiga Vera,  que um shaman com quem já fizera alguns trabalhos afirmava que, aos olhos de um homem, não havia algo mais atraente do que uma mulher confiante e que se amava a ela mesma. Penso que não acontece somente aos olhos de um homem.
Quando, numa sala, entra uma mulher que conhece a sua alma e que a reverencia, a energia que emana é um iman para todos os presentes. E não, não é necessário que seja especialmente vistosa ou bem vestida. Porque ela basta-se a si mesma.
Para algumas mulheres, esta sensação de olhar alguém "maior do que ela mesma", trás admiração e alegria, para outras, amargura e inveja. Depende da forma como cada mulher se relaciona com a sua própria alma e a ama, ou rejeita.

A maioria das mulheres não sente este bem-estar supremo, profundo, que não depende das gorduras do corpo, as roupas que veste ou o relacionamento amoroso. Muitas de nós valorizamo-nos pelo que temos, pelo valor que temos para os outros, como profissionais (com competências muito mais masculinas que femininas), como esposas e mães (como forma de dar, mas sem a sacralidade ligada a estes estados) ou como objecto sexual (sem a reverência pelo que é a sua sexualidade e a sua relação com o divino). Muitas de nós não acedem a esse estado selvagem, profundamente ligado à Terra e aos seus ritmos, onde a fonte suprema da criatividade e transformação se revela.
Mas todas temos esse apelo. Qualquer mulher que se silencie por um instante, sente esse chamamento profundo para ir mais dentro de si mesma. E isso pode ser deveras assustador.
O feminino foi fracturado. Dividido, para ser conquistado. Por ser, maioritariamente, objecto de medo. Porque numa mulher se esconde o poder da transformação.

Não me alongo no porquê de ter acontecido, mas sim no resgate dessa integração. No desafio
Onde estão as diferentes partes de nós? Onde investimos a nossa energia? E o que fazemos aos pedaços que não vivemos, por não ser tempo ou porque não aceitamos? Como vivenciamos o nosso poder? Como reverenciamos a Mulher em nós?
Como aprender a liderar através do poder feminino, em lugar de "imitar" os atributos masculinos de liderança?
Como viver e respeitar o ritmo lunar de ser mulher, utilizando-o em nosso favor?

Para mim, começa na aceitação. No colocar os pés descalços na terra, sentindo essa energia tão similar, tão antíga, tão arquetípica de enraizamento. No silêncio que me acalma e onde a essencia de mulher se desnuda. Na dança de celebração da vida. No fogo da alma e do lar. Na vela que acendo como forma de me recordar, baixinho e sempre que a olho "lembra-te de quem és!".
Começo por integrar Héstia. Como ritualização. Como fogo que nunca apaga. Como forma de recordar que sou o centro de mim mesma. E começar a recuperar-me a mim própria.

Desenvolvimento Pessoal, Louise Hay, Deusas, Arquétipos, Psicologia, Terapia, coaching